Nos últimos anos, encampei uma luta que visava ampliar a voz, na micro medida do meu alcance, dos palestinos. Porque, além de massacrados, os povos da Cisjordânia, de Gaza e mesmo os que foram deslocados para outros países na grande catástrofe, o Nakba, em 1948, sofriam com um silenciamento quase inimaginável. Me coloco em primeira pessoa nesse texto porque quero afastar qualquer eventual possibilidade de impessoalidade ou de imparcialidade. Venho cobrar (esse é o termo) do mundo o mínimo de justiça e honra para uma situação insustentável para qualquer um que se considere minimamente civilizado. Se, em algum momento, a luta foi a de tornar visível toda a injustiça, a crueldade, a covardia, a ilegalidade e a sordidez do apartheid israelense, depois de outubro de 2023 não é mais. Todo o mundo já teve chance de ver o que acontece em Gaza e que se reproduz de alguma forma com os demais palestinos espalhados pelo planeta. Mesmo quem fecha os olhos ou vira o rosto para não ver as imagens dan...