De onde vêm os foguetes de Gaza?

Por que de repente estamos tão interessados nos foguetes que Gaza lança em Israel? Será que é a empatia com as pessoas que correm com medo ao ouvirem as sirenes de alerta de bomba nas cidades quase europeias incrustadas no meio do Oriente Médio? Ou será que somos influenciados pela propaganda do regime colonialista sionista?

Nas próximas linhas convido você a entender um pouco melhor o contexto em que os foguetes rústicos e sem rumo do Hamas (hoje um partido político reconhecido pelo mundo) são lançados. E como os embates desse mês foram construídos e não fruto de uma mera sucessão de eventos ao acaso.

No último dia 12 terminou o mês de Ramadã, sagrado para os muçulmanos. Na religião islâmica, esse período rememora o momento em que o arcanjo Gabriel desceu do céu com a mensagem de Allah para Maomé: o Alcorão. Durante esses 30 dias, os religiosos jejuam e só se alimentam depois que o sol se põe ou antes que ele nasça.

É o tempo em que os muçulmanos peregrinam para rezar e conhecer os principais templos islâmicos. A segunda mesquita mais importante do mundo (Al-Aqsa) fica na cidade antiga de Jerusalém (algo equivalente a um bairro histórico) e normalmente reúne centenas de milhares de pessoas nesta época do ano. Perde apenas para a cidade sagrada de Meca (na Árabia Saudita) em importância.

Estou fazendo esse preâmbulo apenas para que se entenda o que está por vir. Pois foi justamente nos dias que antecederam o Ramadã que o Estado de Israel iniciou uma série de ações que fizeram ferver os ânimos em Jerusalém, uma cidade dividida entre palestinos e israelenses e completamente militarizada.

A despeito das dezenas de milhares de pessoas que se dirigiam diariamente à Al-Aqsa, as autoridades israelenses resolveram fechar os portões de Damasco, principal via de acesso em Jerusalém oriental à cidade antiga, e proibir a entrada dos palestinos. Em paralelo a isso, ocorreram as tentativas de expulsão de algumas famílias palestinas do bairro tradicional de Sheikn Jarrah para a instalação de uma nova colônia (considerada crime de guerra pela ONU).

Essas decisões administrativas se tornam provocações ainda mais graves com a cidade cheia de palestinos de toda a Cisjordância. E a isso ainda se somam manifestações de grupos sionistas de extrema-direita que no dia 23 de abril marcharam pelas ruas sob proteção do exército sionista gritando “morte aos árabes”.

Também em Jerusalém colonos sionistas passaram o mês provocando e agredindo palestinos. Eles filmaram e publicaram as agressões em redes sociais. E com toda essa pressão, não era difícil imaginar que protestos começassem a surgir. Em sua maioria pedindo a reabertura dos portões da cidade antiga e do acesso à mesquita, mas outros pedindo o fim do apartheid na região, denunciado em relatório do Humans Right Watch, ONG ligada à ONU.

Sempre que as sanções aumentam e há um endurecimento militar por parte de Israel, os colonos sionistas ficam mais agressivos e cresce o registro de agressões, espancamentos e assassinatos de palestinos. Entre tantas diferenças de direitos e deveres, aos colonos é permitido usar armas. Aos palestinos, não.

Pois bem, uma multidão de insatisfeitos com o fechamento dos portões tão grande se formou que o exército de Israel retirou grades e tropas da entrada no portão de Damasco, no dia 26 de abril. Mas isso só aconteceu após vários dias de restrição de passagem e de confrontos que terminaram com cerca de 130 palestinos feridos (incluindo idosos, mulheres e crianças) e outros tantos detidos (100).

Ao mesmo tempo, o exército sionista ficou mais violento na expulsão das famílias de Sheikh Jarrah, que, por outro lado, passaram a receber mais apoio popular na tentativa de garantir sua permanência no local.

Mas, depois de perder o controle do portão de Damasco, as tropas israelenses passaram a cercear os palestinos de ficarem nas áreas do entorno da mesquita principal. O que levou a novos confrontos, chegando ao ponto de o exército invadir Al-Aqsa, no último dia 10, e expulsar com bombas e gás lacrimogêneo as centenas de pessoas que rezavam no local.

De acordo com o serviço de emergência Crescente Vermelho da Palestina, ao menos 215 palestinos ficaram feridos e 153 tiveram de ser hospitalizados, quatro em estado grave, após a invasão do complexo da Mesquita de Al-Aqsa.

Essa parece ter sido a gota d'água para o Movimento Hamas, que na mesma noite disparou três foguetes de Gaza em direção à Israel. Na ocasião, os três mísseis foram abatidos ainda no ar pela defesa aérea de Israel. Mesmo assim, naquela noite um ataque aéreo israelense bombardeou e destruiu vários prédios residenciais deixando 20 mortos, dos quais nove crianças.

De lá para cá os ataques aéreos em Gaza não pararam e já mataram 230 palestinos, incluindo 39 mulheres e 65 crianças. Pelo menos 1.710 outras pessoas ficaram feridas. Além disso, edifícios residenciais sofreram graves danos, deixando muitos desabrigados. Uma escola infantil que fica em um monastério cristão também foi atingida por uma bomba sionista.

O chefe do movimento Hamas fora da Palestina, Khaled Meshaal, disse que “as condições da resistência palestina para um cessar-fogo são claras, ou seja, a saída da ocupação da Mesquita de Al-Aqsa, garantindo aos palestinos a liberdade de acessar e rezar, parando os esforços para deslocar os residentes de Sheikh Jarrah, libertando detidos e parando a agressão na Faixa de Gaza”.

O como, já foi explicitado, vamos aos porquês. Toda essa violência está, curiosamente, ligada à baixa popularidade do primeiro ministro de Israel Benjamin Netanyahu, que, após 12 anos governando, pode perder nas próximas eleições.

Ele vem enfrentando pressões internas, com políticos críticos que veem os excessos e o acusam de corrupção, e externas com a comunidade internacional (incluindo aí aliados históricos como EUA e membros da UE) cobrando dele esclarecimentos e pedindo sanções por conta dos crimes de guerra e contra a humanidade apontados pela ONU, por exemplo.

Netanyahu costuma usar incursões militares para fomentar a imagem de que “árabes são perigosos” e Israel precisa se proteger atuando duramente contra eles. Para isso, o Estado de Israel precisa pressionar até que haja reação. Reação como os foguetes do Hamas. O resultado dessa estratégia é fácil de perceber, basta ver o que a mídia main stream ocidental está falando sobre os últimos acontecimentos.

#SaveSheikhJarrah
#GazaUnderAttack
#PalestineUnderAttack
#freepalastine
#FreePalestine

Referências:

- Netanyahu não está preocupado que Biden ainda não tenha lhe contatado, afirma emissário

- Cônsul britânico em Jerusalém condena assentamentos de Israel

- Corte de Israel despeja seis famílias palestinas de Jerusalém para dar lugar a colonos

- Israel ‘demoliu 89 estruturas de propriedade de palestinos em duas semanas’, diz a ONU

- Parlamentares europeus pedem ação contra anexação israelense ‘de fato’ da Cisjordânia

- Colonos extremistas israelenses atacam casas e veículos palestinos

- TPI decide abrir investigação formal sobre crimes de guerra na Palestina

- Judeus ortodoxos tentam queimar a igreja de Jerusalém

- Palestinos em Israel protestam contra violência policial da ocupação

- Israel expulsou 29 palestinos de Jerusalém, demoliu 20 instalações, em fevereiro

- Número de colonos ilegais na Palestina cresce 42% desde 2010

- Israel estende proibição de entrada do governador da AP em Jerusalém

- Netanyahu promete legalizar postos avançados da Cisjordânia se for reeleito

- Israel decide expulsar 1.550 palestinos para construir parque em Jerusalém

- Colonos de Israel picham mensagens racistas, incendeiam carros em aldeia palestina

- Milhares de israelenses protestam contra Netanyahu às vésperas da eleição

- A Nakba de Sheikh Jarrah: Como Israel usa a ‘lei’ para limpeza étnica de Jerusalém

- Netanyahu diz que não permitirá um estado palestino soberano

- Sheikh Jarrah representa muito mais do que a documentação certa

- Israel proíbe imã da Mesquita de Al-Aqsa de viajar

- Israel continua demolição e apreensão de casas palestinas, diz ONU

- Hamas registra lista eleitoral para eleição parlamentar

- Israel ignora pedidos de visto da delegação europeia destinada a observar as eleições palestinas

- Israel avisa que ‘vai parar tudo’ se o Hamas vencer as eleições parlamentares

- Julgamento por corrupção de Netanyahu é retomado em Israel

- Conferência parlamentar internacional destaca a tragédia que se abate sobre Jerusalém

- AP pede que o Quarteto pressione Israel para permitir eleições em Jerusalém

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