FIJ divulga campanha 2017 contra impunidade de crimes contra jornalistas

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) lançou a campanha 2017 contra a impunidade dos crimes contra jornalistas. A iniciativa, que é desenvolvida todos os anos pela FIJ, este ano teve início no dia 2 de novembro, que é o Dia Internacional para acabar com a impunidade dos crimes contra jornalistas das Nações Unidas.

A campanha, que segue até 23 de novembro (o 8º aniversário do massacre de Maguindanao nas Filipinas, que reivindicou a vida de 32 jornalistas), busca fortalecer o marco jurídico internacional, assim como os mecanismos nacionais de proteção para garantir maior segurança para os trabalhadores da mídia. Este ano, a campanha se concentra em sete países: México, Paquistão, Afeganistão, Iraque, Iêmen, Somália e Ucrânia.



Enquanto esse Dia Internacional, decretado pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 2013, ajudou a colocar a questão da proteção dos meios de comunicação na agenda internacional, a FIJ tem expressado preocupação devido à falta de medidas concretas para investigar casos de violência contra jornalistas em numerosos países do mundo.

“Os níveis de violência registrados na profissão de jornalista fazem zombaria com as nobres intenções que estão por trás de iniciativas da ONU, como esta para acabar com a impunidade”, afirmou o presidente da FIJ, Philippe Leruth. “Enquanto não forem postas em prática, exigindo que os responsáveis por esses crimes sejam punidos, seguirão sentindo-se livres para atentarem contra os jornalistas e trabalhadores das mídias”.

Segundo dados da FIJ, 56 jornalistas foram assassinados no exercício da profissão, até agora, em 2017. Atualmente, apenas um em cada dez assassinatos de jornalistas é investigado. A situação de ataques não fatais contra esses profissionais é ainda pior. Os governos falham em sua missão de capturar os agressores e assassinos de trabalhadores da mídia. A impunidade não só coloca os jornalistas em risco, mas também mina a democracia e compromete as esperanças de paz e desenvolvimento.

Com isso, a FIJ fez uma série de propostas na reunião de consulta sobre a segurança das jornalistas convocada pela UNESCO e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em 29 de junho em Genebra. As propostas incluem medidas para fortalecer o marco legal internacional em relação à segurança dos jornalistas, de modo que não apenas os riscos profissionais assumidos pelos jornalistas e os trabalhadores da mídia sejam considerados, mas também o valor único do jornalismo ao reforçar o Estado de Direito.


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