Partidarização não!!!

Desculpem, vou ter que repetir o assunto...

Conversando com uma amiga, Cláudia Carvalho, eu dizia ser esse um ótimo momento para a população ver como funcionaria uma eleição sem partidos, sem velhas rixas. Muitas vezes as pessoas já crescem sabendo que sua família é partidária a uma legenda, as crianças são adestradas, doutrinadas ou simplesmente influenciadas a seguir uma determinada linha de pensamento. Não se questionam e se tornam adultos que nem sabem porque votam daquela forma.

Um referêndo como este, sobre o comércio de armas e munição é ótimo para testarmos se sabemos discutir e avaliar as duas opções. Claro, todos nós já temos um tipo de pensamento que nos leva a gostar mais de uma opção que de outra. Mas não há fanatismo de torcedor de futebol, não há um partido a ser seguido independente dos candidatos. Vamos poder pensar e avaliar as opções com um pouco menos de pressão.

Hoje, porém, estava assistindo a propaganda eleitoral e vi que o meu comentário foi cedo demais. Muitos dos meus amigos ainda não escolheram em que opção vão votar, se o 'Não' para não mexer nas leis de armas, ou se o 'Sim' para tornar ilegal o comércio de armas e munições para civis. Muitos deles parecem estar esperando que o "seu partido" escolha um lado e este será o deles também. Muitos dos meus amigos mais próximos nem querem discutir sobre isso. Tudo bem, o voto é secreto...

O pior é que esta partidarização está acontecendo. Cada lado já apresentou um senador, ou um governador, ou um ex-ministro com dados, sempre mais precisos que o do concorrente. Já há legendas dos dois lados. Agora ficou difícil, os políticos vão conseguir perturbar até nas eleições que não são deles.

Comentários

  1. Anônimo4:27 PM

    Concordo. Eu acho que devem ser mostrados argumentos contra e a favor cada abordagem, e que o governo deve arcar com essa propaganda, mas do jeito que está sendo feito, entrou no esquema "De Brasília".

    Ah, e eu voto no Não, porque meu avô mora só no meio do Cariri, e se não tiver a espingarda dele, tchau, vô.

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  2. Anônimo7:02 PM

    Mmm, não gosto de discutir o tema porque me irrita muito.

    Me irrita quando alguém já tem uma versão (uma historinha) pronta na cabeça e não dá o braço a torcer por nada.

    Eu tenho minha opinião formada desde toda a minha vida. Ela apenas traduz meus valores e a moral que persigo.

    Porém, tinha muito pouco conhecimento de tudo o que envolve o referendo. Assim me vi sem argumentos para discutir.

    Agora sei um pouquinho mais. Aqui vão alguns dados:

    * a lei já está em vigor, e as armas já começaram a ser recolhidas a partir do ano passado. Um referêndo pretende saber se a população ratifica ou rejeita;

    * a lei não proíbe em absoluto o porte de armas para civis. Isso quer dizer que:
    ** a lei permite que moradores da zona rural tenham posse e porte.

    ** uma pessoa que tenha conhecimentos técnicos e aptidão psicológica para portar uma arma, provando que tem necessidade de porta-la e que não tem antecedentes criminais e nem está respondendo a processo criminal, ainda terá a permissão, mesmo sendo aceita a lei. A permissão terá duração pre-determinada, o que garante que ao fim desse período a pessoa terá de regularizar novamente a arma, e provar que ainda tem a necessidade de te-la.

    * Entre as causas de morte no país, ferimentos por arma de fogo somam mais de 1/3 do total, ocasionando muito mais mortes do que acidentes de transporte.

    * No Brasil, a cada 3 pessoas que se hospitalizam devido a lesão por arma de fogo, 1 foi por uso acidental da arma.

    * A primeira variação negativa no número dos óbitos por arma de fogo no Brasil, desde 1992, ocorreu no ano de 2004, que teve queda de 8,2% comparada a 2003.(...) Do ponto de vista legal, foi marcante o Estatuto do Desarmamento (dezembro de 2003) e a seguir o recolhimento de armas (julho de 2004).

    * 67% das armas apreendidas no RJ foram reconhecidas como provindas de roubos em domicilios de pessoas (civis) de bem e de acordo com a lei (excluindo-se empresas de segurança).

    A Lei pode ser encontrada no site:
    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.826.htm

    Tiremos nossas próprias conclusões.
    Eu ainda não perdi a fé nesse mundo em que vivemos.

    Obs: Se alguém quiser a fonte desses dados, é só pedir pro bloggeiro, ele sabe onde me encontrar.

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