O professor Derval Golzio da Universidade Federal da Paraíba enviou carta aberta à imprensa em que faz algumas considerações a respeito da luta judicial pela qual passa o ex-governador Cássio Cunha Lima, que foi condenado e cassado algumas vezes por corrupção eleitoral e depois teve seu registro de candidatura negada na última eleição.
Segue o texto na íntegra abaixo:
A palavra final do Supremo Tribunal Federal(STF) sobre a aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa poderá ser uma ótima oportunidade para os paraibanos saberem como alguém custeia seu estilo de vida. Quase dois anos depois de cassado, o ex governador Cássio Cunha Lima continua a exibir sua vida de playboy, quer em demoradas viagens pelos EUA, quer em incursões por São Paulo e Brasília. São dois anos vivendo das economias feitas durante longos anos de trabalho e agora arcar com o milionário pagamento das bancas advocatícias em plano estadual e nacional.
Vida custosa, com gastos republicanamente pouco explicáveis (diria o governador eleito) para um agente público que “não trabalha” há quase dois anos e, mesmo assim, consegue contratar alguns dos advogados mais caros do Estado e do país para tentar reverter o desfavorável quadro de sacá-lo da lista dos fichas suja que barrou alguns caciques da política nacional nas eleições 2010.
Não é um caso exclusivo esse do ex governador Cunha Lima. Mas, ele impressiona porque, como é sabido, não possui outras fontes de renda – quer como empresário, industrial, advogado ou mesmo integrante do serviço público federal, estadual ou municipal – para explicar a vida nababesca que leva nos momentos de estio eleitoral ou revés judicial.
Por analogia é possível afirmar que as bancas advocatícias à disposição do ex-governador Cássio cobram cifras altas para desempenhar ações tão importantes. Tais valores cobrados mensalmente por alguns desses advogados na prestação de serviços ao Governo do Estado e suas autarquias ou Prefeitura Municipal - em determinados casos - estiveram fixados em custos superiores a 10 mil reais mensais. Para a importante missão de salvá-lo da condenação de ficha suja, os causídicos devam cobrar honorários semelhantes ou superiores.
Se o cidadão observa esses detalhes de gastos no plano nacional, a coisa é mais complicada. Nesta esfera, os defensores que gozam de reputação operam nestas causas com tarifas bem acima das praticadas pelos integrantes das bancas advocatícias estaduais. Isso reforça a analogia de que os gastos, com todas as formalidades processuais que envolvem caso tão importante (viagens, papelada, estudos de aplicação das leis, recursos os mais diversos), projetam uma ação milionária.
De onde vem tanto dinheiro? Da pensão vitalícia como ex-ocupante do cargo de Governador de Estado? Sinceramente é difícil explicar ou justificar. Só se os causídicos, no plano estadual ou nacional, estiverem trabalhando de forma gratuita, despretensiosa e altruísta. Do contrário e fazendo analogia com outros servidores públicos federais, cujos salários se aproximam dos vencimentos de um governador da Paraíba, é possível afirmar que as contas não batem.
Inexplicavelmente alguns recentes integrantes de cargos de confiança passam a adotar padrão elevado, muitas vezes superiores aos que seus vencimentos podem proporcionar. Isso é que faz do serviço público um espaço didático sem precedentes: moradias amplas e caras, automóveis impressionantes entre outros sinais de ascensão social mais que aparentes dão a tônica. Em breve poderemos ter um desses gestores públicos indicados para o Prêmio Nobel de Economia.
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Derval Gomes Golzio é do Departamento de Mídias Digitais
da Universidade Federal da Paraíba/Brasil
Segue o texto na íntegra abaixo:
A palavra final do Supremo Tribunal Federal(STF) sobre a aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa poderá ser uma ótima oportunidade para os paraibanos saberem como alguém custeia seu estilo de vida. Quase dois anos depois de cassado, o ex governador Cássio Cunha Lima continua a exibir sua vida de playboy, quer em demoradas viagens pelos EUA, quer em incursões por São Paulo e Brasília. São dois anos vivendo das economias feitas durante longos anos de trabalho e agora arcar com o milionário pagamento das bancas advocatícias em plano estadual e nacional.
Vida custosa, com gastos republicanamente pouco explicáveis (diria o governador eleito) para um agente público que “não trabalha” há quase dois anos e, mesmo assim, consegue contratar alguns dos advogados mais caros do Estado e do país para tentar reverter o desfavorável quadro de sacá-lo da lista dos fichas suja que barrou alguns caciques da política nacional nas eleições 2010.
Não é um caso exclusivo esse do ex governador Cunha Lima. Mas, ele impressiona porque, como é sabido, não possui outras fontes de renda – quer como empresário, industrial, advogado ou mesmo integrante do serviço público federal, estadual ou municipal – para explicar a vida nababesca que leva nos momentos de estio eleitoral ou revés judicial.
Por analogia é possível afirmar que as bancas advocatícias à disposição do ex-governador Cássio cobram cifras altas para desempenhar ações tão importantes. Tais valores cobrados mensalmente por alguns desses advogados na prestação de serviços ao Governo do Estado e suas autarquias ou Prefeitura Municipal - em determinados casos - estiveram fixados em custos superiores a 10 mil reais mensais. Para a importante missão de salvá-lo da condenação de ficha suja, os causídicos devam cobrar honorários semelhantes ou superiores.
Se o cidadão observa esses detalhes de gastos no plano nacional, a coisa é mais complicada. Nesta esfera, os defensores que gozam de reputação operam nestas causas com tarifas bem acima das praticadas pelos integrantes das bancas advocatícias estaduais. Isso reforça a analogia de que os gastos, com todas as formalidades processuais que envolvem caso tão importante (viagens, papelada, estudos de aplicação das leis, recursos os mais diversos), projetam uma ação milionária.
De onde vem tanto dinheiro? Da pensão vitalícia como ex-ocupante do cargo de Governador de Estado? Sinceramente é difícil explicar ou justificar. Só se os causídicos, no plano estadual ou nacional, estiverem trabalhando de forma gratuita, despretensiosa e altruísta. Do contrário e fazendo analogia com outros servidores públicos federais, cujos salários se aproximam dos vencimentos de um governador da Paraíba, é possível afirmar que as contas não batem.
Inexplicavelmente alguns recentes integrantes de cargos de confiança passam a adotar padrão elevado, muitas vezes superiores aos que seus vencimentos podem proporcionar. Isso é que faz do serviço público um espaço didático sem precedentes: moradias amplas e caras, automóveis impressionantes entre outros sinais de ascensão social mais que aparentes dão a tônica. Em breve poderemos ter um desses gestores públicos indicados para o Prêmio Nobel de Economia.
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Derval Gomes Golzio é do Departamento de Mídias Digitais
da Universidade Federal da Paraíba/Brasil
Essa nem Mister M. hehe
ResponderExcluirAbração! ;)
O amigo Lenildo me lembrou que Cássio é sócio em um escritório de advocacia.
ResponderExcluir"@lenildoferreira: @mauriciomelo Sem querer dar uma de advogado, mas lembro que Cássio disse lá na Rádio Cariri ter montado um escritório de advocacia."
srsrsrrrrsrsrs
ResponderExcluirUm pai ver um filho, esposa ou ente querido sendo assassinado, não pode fazer nada, as vezes, quando o assasino é preso, se tiver até 17 anos nem pra cadia vai, quando adulto, acima de 18 anos, se for preso e condenado poderá pegar até 30 anos, mas qundo cumprir 1/6 da pena está solto, na rua.
ResponderExcluirIsso é justiça? pergunte a quem teve seu ente querido morto!!!
A justiça deste País é como uma latrina cheia e quando dar descarga transborda espalhando pra todo lado.
Agora inventaram um modo de arreganhar nossa Constituição, Carta Magna, e a estuprar sem nenhuma consideração ou respeito, ora nenhuma lei pode retroagir para prejudicar ninguem, é constitucional, ao final de uma nova lei no último artigo diz textualmente: Esta lei entrará em vigor a partir da data de sua assinatura e publicação no diário oficial.
O que faz os TREs e TSE vangloriam-se de estar fazendo justiça condenando políticos e anulando o que temos de mais sagrado, o VOTO, nem que paraisso tenham que estuprar a Constituição, rasga-la e joga-la ao lixo, ainda cuspir, vomitar e fazer outras coisas piores sobre ela.
O que querem simplesmente é aparecer como pseudos justiceiros, mostrar que existe justiça, que justiça, que anula o resultado de um JURI, que anula um resultado de um pleito democrático pelo voto.
Qual será maior entre os criminosos:aqueles que matam, tira a vida de um inocente, que deixa lares de luto, ou uma pessoa que comete crime de apropriação indevida de recursos que o governo nos tomam atravez de polpudos impostos, ou uma pessoa que comete uma conduta vedada, ou seja, estava no lugar errado na hora errada.
Ficha Limpa devia ser a Justiça, a qual, é a única responsavel por tanta injustiça, anarquia, crimes os mais ediondos e diversos. A justiça é injusta desde a aplicação até o cumprimento da pena imposta.
E o STF, que é o GUARDIÃO da Constituição está se juntando aos outros TREs e TSE simplesmente para fazer parte dessa sinistra festa.