Porque tropas federais são necessárias em Campina Grande

No último sábado, uma prévia do que poderia ser o dia da eleição em Campina Grande aconteceu. Policiais Federais a serviço da Justiça Eleitoral foram intimidados por policiais militares após investigação de crime eleitoral e só não acabaram presos porque puxaram suas armas e chamaram reforços. Detalhe importante é que o oficial da PM que comandava a ação contra os PF sequer estava fardado.

Depois de receber denúncias de crime eleitoral, um oficial de justiça e agentes da Polícia Federal foram até duas casas onde supostamente estavam sendo distribuídos materiais irregulares de campanha. Numa casa, onde supostamente "maranhistas" cometiam o crime, nada foi encontrado. Na outra, bandeiras de Ricardo Coutinho estavam sendo confeccionadas, mas o proprietário mostrou a documentação que liberava a produção.

Como não acharam nenhuma irregularidade em nenhuma das casas, os policiais e o oficial de justiça iam voltar para a delegacia da PF, quando dois carros da CPTran da Polícia Militar fechou a rua e abordou o carro, que diga-se de passagem estava sem identificação da Justiça Eleitoral. Então, os agentes se identificaram e pediram passagem.

Foi nessa hora que o caldo entornou e os PMs, sob o comando de um suposto oficial à paisana, deram voz de prisão aos agentes. E com policiais com armas em punho de um lado e de outro, a situação ficou tensa e reforço foi chamado.

Enquanto as polícias travavam este cabo de guerra, militantes "maranhistas" e "ricardistas" se aglomeravam e, inclusive há denúncia de que com o aval da PM, fez revistas em carros que estavam próximos.

Somente com a chegada de vários carros da Polícia Federal é que os PMs baixaram as armas e foram levados para prestar depoimento na Delegacia da Polícia Federal de Campina Grande. E só depois que um envergonhado e constrangido Comandante da PM chegou é que os policiais e o suposto oficial foram liberados.

A lição que se tira é a de que não dá para confiar na polícia que serve ao estado, quando o estado está concorrendo. Se os policiais militares agiram sob comando da corporação ou se agiram por conta própria, não sei dizer. O que posso garantir é que esta polícia não tem isenção para atuar no pleito como deveria.

E apesar de ser contra o militarismo, acredito não ter outra alternativa melhor para garantir a segurança e a paz no dia da votação do segundo turno desta eleição.

Veja vídeo abaixo feito por internauta durante a confusão:

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