E a carapuça serviu...

Amigos, publico a seguir a coluna do jornalista Rúbens Nóbrega com a resposta de Ivandro Cunha Lima (!). É uma resposta enviada por conta da coluna "Na Manha", que pode ser conferida no post abaixo. Publico aqui a resposta não por achar que há obrigação ética ou qualquer coisa do gênero, faço porque quando alguém veste uma carapuça tão bem, temos mais é que divulgar. Segue a coluna com a resposta:

"A mágoa de Ivandro

O ex-senador Ivandro Cunha Lima botou na cabeça que fiz a coluna de ontem, sobre possibilidades de fraudar a lei eleitoral, para atingi-lo e, como devem acreditar os Cunha Lima em geral, também ou sobretudo o governador Cássio.

“Na manha”, eis o título do artigo, apontou diversos meios que candidatos, partidos ou coligações poderiam criar para burlar uma legislação aparentemente mais restritiva em matéria de divulgação e favorecimento de candidaturas.

Entre os meios citados, o de um hipotético fazendeiro, tio de um hipotético candidato, que poderia ser ajudado a campanha com uma hipotética vaquejada em uma hipotética fazenda, onde fariam também um hipotético showmício.

Do jeito que a hipótese foi formulada, deu motivo para o ex-senador Ivandro Cunha Lima vestir a carapuça. Ainda mais porque, fazendeiro e tio de candidato, seu nome batiza o mais famoso Parque de Vaquejadas de Campina Grande.

Coincidência demais para não ter sido de propósito, deve ter pensado. Como se não bastasse, na fazenda do Doutor Ivandro estava para acontecer, ontem, a festa de lançamento da campanha de Rômulo Gouveia (PSDB) a deputado federal.

Só faltou a hipotética banda Siri com Rapadura (igualmente criada na coluna de ontem) tocar na vaquejada ou na fazenda, que fica também em Campina, mas não se deve confundir com o Parque de Vaquejadas, que é do filho do Doutor Ivandro.

Diante de tudo isso, natural que o escrito atingisse a susceptibilidade do tio do governador e sua reação, em tom de profunda mágoa, chegou-me ontem através de carta que publico adiante.
Só para esclarecer Antes, mas sem a menor pretensão de convencer o Doutor Ivandro ou qualquer outra pessoa, devo esclarecer o seguinte:

1) não formulei aquelas hipóteses de situações e personagens pensando nele ou qualquer outro Cunha Lima, inclusive o governador, até por que a do fazendeiro tio de um candidato é apenas uma hipótese e não mais do que isso;2) sequer em sonho tomei conhecimento de vaquejada no Parque Ivandro Cunha Lima e da festa de um candidato a deputado federal na fazenda de Ivandro Cunha Lima, eventos que coincidiram, apenas isso, com a coluna.

Devo confessar, ainda, que o meu primeiro impulso foi o de não publicar a carta do Doutor Ivandro. Primeiro, porque não foi em sua intenção – sequer ele foi citado, porque não era o caso – que escrevi “Na manha”; segundo, pela forma como se dirigiu ao colunista; terceiro, porque tentou impor a publicação de sua carta por gravidade.

Não funciona assim, Doutor. Mantenho relação de respeito mútuo – não de submissão – com os dirigentes do Sistema Correio. Não precisava o senhor ter recorrido a qualquer deles “para orientar a publicação”.

O dirigente a quem o senhor recorreu não interfere nem intervém na coluna.

Nos raros momentos em que é demandado por conta de alguma reação a qualquer coisa publicada neste espaço, procura o colunista para sugerir, propor, ponderar, argumentar, pedir, mas sempre respeitando, deixando à vontade.

Tanto é assim, Doutor, que sem soberba ou arrogância alguma posso garantir: a sua carta vai reproduzida no tópico a seguir graças, principalmente, ao pedido que o senhor fez a um outro amigo comum.

A carta de Ivandro

Com pequenas correções feitas pelo colunista, para ajudar a leitura e o entendimento, eis a carta que o ex-senador Ivandro Cunha Lima encaminhou ontem à coluna: “Senhor Jornalista Rubens Nóbrega,

Dirijo-me a vossa senhoria para me reportar a sua coluna do Correio da Paraíba de hoje, com referência ao subtítulo “Na manha”.

Não se faz necessário o menor esforço de raciocínio para identificar que o senhor se refere a minha pessoa, tio e admirador de Cássio Cunha Lima, com grande honra.

Afirmo-lhe e aos seus leitores que há vários enganos e/ou inverdades nessas trinta linhas ali subscritas:

1- Não inventei nem haverá vaquejada em fazenda de minha propriedade, para ajudar em campanha política, como o senhor insinua.
2- Não há, sequer, parque de vaquejada na minha fazenda.
3- O parque de vaquejada que o senhor ouviu falar está situado no lugar Três Irmãs, nesta cidade, de propriedade e em terreno de Ivandro Filho, o qual ele denominou “Parque Ivandro Cunha Lima”. Daí, talvez a sua confusão ou proposital distorção.
4- A vaquejada de hoje não é de iniciativa e/ou responsabilidade do meu filho Ivandro. Este cedeu as instalações para que a Associação dos Vaqueiros Amadores, existente aqui no Nordeste, promovesse o evento do qual apenas eles, os associados, participam.
5- Não há qualquer participação financeira com dinheiro público.
6-Não haverá show na programação dos Amadores. A casa de show foi cedida aos responsáveis pela campanha eleitoral do presidente Rômulo Gouveia a Deputado Federal, para uma festa de confraternização entre amigos e eleitores na noite de hoje (7). Em continuidade ao evento de inauguração do seu comitê na Rua Getúlio Vargas, nesta cidade.Por fim, ilustre jornalista, permita-me um conselho que a idade e a vida me permitem: analise, confira as informações que lhe chegam de “espertos e trapaceiros”, useiros e vezeiros em procedimentos completamente distanciados da ética, da moral, dos bons costumes.

Agradeço a publicação.
Ivandro Cunha Lima”."

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