Pobre juiza

"Vinte e nove famílias da Fazenda Tambauzinho, no distrito de Livramento, em Santa Rita, foram despejadas, ontem, em uma operação empreendida por cerca de 800 homens da Polícia Militar, que cumpriram mandado de desocupação expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com relatos de moradores, houve conflito entre policiais e moradores e várias pessoas. inclusive crianças, teriam ficado feridas em virtude dos tiros de balas de borracha e queimaduras. O agricultor Antônio Pereira Nunes foi atingido com um tiro de revólver e está internado no Hospital Santa Isabel, em João Pessoa, em estado regular de saúde, juntamente com outras três pessoas que também foram feridas."
Correio da Paraíba

A luta pela terra sempre existiu, e parece que ainda vai perdurar por muito tempo, mas uma coisa me chamou a atenção neste despejo. Há uma luta judicial entre os posseiros e o "dono" da fazenda desde 1997. Não quero julgar o mérito da questão, quero apenas revelar meu espanto ao ver as fotos do despejo.

As famílias estavam nessa fazenda há quase dez anos. A polícia botou fogo nas casas! Botou fogo! Não apenas expulsou usando de gás, bombas de efeito, balas de borracha e até balas de verdade contra os moradores. Eles atearam fogo nas casas de alvenaria.

Talvez só eu fique espantando com o fogo, mas isso me lembra o ódio, não uma questão judicial. As casas não foram demolidas, forma queimadas, como era feito com os negros pelo grupo racista americano.

Mesmo assim, a juiza responsável pela ordem de despejo disse em entrevista no rádio que não houve violência na reitegração de posse. O que para mim é maior significado do ódio, para ela parece ser uma coisa cotidiana e normal. Pobre juiza.

A foto acima é de Francisco França

Comentários

  1. Anônimo1:18 PM

    Mau, as fotos publicadas no JP estão muito fortes. Não sei até que ponto uma mgistrada pode dizer que atear fogo em casas de alvenaria não constitui uma atitude de violência. Claro que é e ela tem duas facetas. A primeira de que violou anos de trabalho de pessoas humildes e sérias trabalhadoras. A outra diz respeito à violência que nós, leitores da mídia impressa, assistimos com a maior passividade possível porque atitudes como essas não nos atinge - aquela velha história de que "não é comigo".
    Tem certas coisas que eu juro que eu não entendo.

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