Ainda eleições

As eleições na Paraíba, como em todo o Brasil, são marcadas por festas, arengas e por uma dose de corrupção e desrespeito às leis eleitorais. Este repórter viajou para fazer a cobertura do pleito em Campina Grande. Lá, o momento eleitoral é diferenciado do resto do estado porque, mesmo sendo uma cidade do interior, tem eleitores suficientes para ter um segundo turno.

E não deu outra. A divisão dos votos com um terceiro candidato acabou levando as eleições para o segundo turno. Nem a capital terá e isso fará com que todas as atenções políticas se voltem para a rainha da borborema.

Enquanto estive lá, procurei ação. Sempre soube que a compra de votos acontecia durante a noite e que, não importando a cor, a cooptação de votos era recorrente. Não pude encontrar. Soube sim, de festas e atécarreatas, mas não consegui comprovar nenhuma compra de voto.

No dia da eleição, 5 de outubro, passei por vários bairros e presenciei grupos com bandeiras e cantorias. Vi também bebendo na frente de casa, descumprindo a "lei seca" implantada pela Secretaria de Segurança. Ah, precisei procurar bastante para encontrar o exército na cidade.

Mesmo sem ver o exército na rua e tendo presenciado as infrações pelas ruas. Fiquei contente com o fato de que apenas uma pessoa, bêbada, foi levada para o ginásio Meninão, que foi cedido à justiça para prender os infratores.

Quando, voltando para João Poessoa depois de passada a eleição, ia pegar o ônibus da Real, estranhei. Duas filas para entrar no ônibus. Fui verificar o porquê da segunda fila e descobri que as várias pessoas ali tinham ganhado cortesias para viajar. De quem? Não sei.

Texto originalmente publicado em Paraíba 1

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