Conselhos Tutelares não resolvem problema de menores nas ruas

O atendimento às crianças e adolescentes em situação de risco é precária e não resolve. No centro da Capital, no início da tarde desta segunda-feira (13), era possível encontrar crianças cheirando cola na porta do Conselho Tutelar. Questionada sobre o fato, a conselheira Lucinete Silva disse que "infelizmente" não há muito a fazer.

Primeiro ela afirmou que não sabia sobre eles estarem cheirando cola, depois pediu para que o segurança do Conselho os chamassem para conversar. Um deles, ainda com a cola escondida sob a camisa, reclamou, mas teve que entregar a droga antes de entrar na sala da conselheira.

“Esses meninos estão aqui porque querem ser levados para a Casa de Passagem. Lá, eles tomam banho e comem. Depois fogem, vão embora”, contou resignada. Lucinete contou ainda que os meninos, todos com menos de 14 anos, costumam ficar nas redondezas e que preferem mesmo ficar na rua.

Os meninos estavam impacientes esperando pelo carro que os levaria até a Casa de Passagem. Dois deles contaram que andavam sempre juntos e que não se envolvem com drogas. Os outros dois, por outro lado, estavam visivelmente inebriados pela cola de sapateiro.

Lucinete explicou que o trabalho do Conselho Tutelar é muito limitado. “Aqui nós recolhemos, encaminhamos para as instituições responsáveis como CEA, Casa de Acolhida ou Casa de Passagem, mas poucos dias depois os mesmos menores estão de volta aos lugares de onde foram recolhidos”.

Para ela, “é preciso que se crie uma política para manter esses adolescentes e crianças em suas cidades, em suas casas. Do jeito que está, o nosso serviço não traz o resultado que se espera”.

Antes de a reportagem deixar o Conselho Tutelar, ainda flagramos o menino que teve a garrafa com cola “confiscada” reclamando com o segurança que tentava explicar que não era permitido o uso de drogas dentro do prédio.

Mas, na saída, pudemos reparar o lugar onde o segurança havia jogado a garrafa. A cola estava perto do portão que dá acesso ao Conselho e, certamente, foi achada pelo menino depois que ele saiu do prédio. Isto mostra o quanto paliativa é a ação dos Conselhos Tutelares na Paraíba em relação aos meninos que vivem ou estão nas ruas.

Falta de estrutura - Outra coisa que ficou clara é que, apesar de ocupar um grande imóvel da Capital, o Conselho Tutelar Centro não conta com boa estrutura. Além de paredes, teto e grades sujas e quebradas, há muito espaço ocioso que se torna esconderijo perfeito para drogas e armas.

Segurança - A conselheira Lucinete Silva contou que muitas vezes os menores ameaçam os funcionários e até mesmo o segurança do lugar e como nem o segurança carrega arma, o perigo está sempre presente.

Clique aqui para ver a matéria em sua publicação original.

Comentários