Jornalismo: uma profissão cada vez mais perigosa

Neste sábado foi inaugurado em Bayeux (França) o primeiro memorial aos jornalistas mortos trabalhando, no mesmo dia em que uma repórter russa foi assassinada e dois jornalistas alemães foram executados no Afeganistão, fatos que evidenciam os crescentes riscos que a profissão enfrenta.

Ana Politkovskaia trabalhava para o jornal Novaia Gazeta e era uma das raras jornalistas russas a cobrir o conflito checheno e criticar as atrocidades das forças russas e das milícias chechenas. Também escreveu vários livros, entre eles "Viagem ao inferno. Diário da Chechenia", em 2000, e "Rússia segundo Putin", que acabara de lançar.

Os jornalistas alemães, um homem e uma mulher que trabalhavam para a Deutsche Welle e cujos nomes não foram divulgados, foram assassinados por desconhecidos no interior de sua barraca de campanha.

Estes crimes mostram os riscos crescentes que os jornalistas enfrentam em todos os continentes do mundo.

Pelo menos 60 jornalistas morrem anualmente em missão, um número que aumentou nos últimos anos com a guerra no Iraque, que custou a vida de 107 deles desde março de 2003, segundo a organização de defesa da liberdade de imprensa Repórteres sem Fronteiras (RSF).
Neste sábado, foi inaugurado em Bayeux (França) o primeiro memorial aos "repórteres mortos no exercício de sua função", que a partir de maio de 2007 terá 2.000 nomes.

As quatro primeiras estrelas brancas gravadas com os nomes de 406 jornalistas, fotógrafos, cinegrafistas e assistentes de áudio mortos em missão entre 1997 e 2005 foram inauguradas diante de seus familiares e do público, que trazia flores brancas nas mãos.

"Não os esqueçam. Saibam que a democracia não existe sem eles", disse Robert Menard, secretário-geral da RSF, segundo quem os civis, entre eles os jornalistas, são "as primeiras vítimas" dos conflitos.

O ano de 2005 foi o mais mortal da última década, com pelo menos 68 jornalistas e profissionais de comunicação mortos, segundo a RSF.

O Oriente Médio é a região mais perigosa, mas a maior parte dos continentes e regiões, em particular a África e a Ásia, é de alto risco.

Para a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), 150 jornalistas morreram em 2005, entre eles 89 no exercício de suas funções.

As diferenças nos balanços se explicam pela contagem ou não de intérpretes ou motoristas que trabalham para jornalistas como repórteres.

Fonte: AFP

Comentários

  1. Dizem que o JOrnalismo está entre as profissões mais insalubres do mundo.
    Eu acredito.

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  2. Anônimo11:35 PM

    E ainda tem quem invente de escrever uma matéria por causa de um faxzinho de nada... =P

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