Muita televisão...

Em João Pessoa há um lugar onde a polícia leva suspeitos para fazer-lhes algumas consultas. Lá existem uma cadeira, uma árvore, uma corda e um saco plástico. Reza a lenda que sempre que alguém tem um segredo e não quer revelar, é levado gentilmente num porta-malas até o local onde todas as bocas cantam.

Essa introdução foi feita porque o mesmo lugar também é muito usado para deixar reféns devolvidos, vivos ou mortos, e outro dia, buscando informações sobre um assassinato ocorrido na área, perguntei a um dos agentes responsáveis por recolher o corpo e iniciar a investigação.

Descobri que, não havendo nenhuma testemunha, o que a polícia local espera é que apareça alguma denúncia ou uma confissão. Perguntei se a “cena” havia sido processada.

- Como é? – respondeu o agente com uma pergunta.
- Vocês colheram impressões digitais, reparam se havia algum material diferente no lugar do crime? – expliquei.
- Meu amigo, o máximo que nós vamos analisar é o calibre da bala e só.
- Mas e as impressões digitais?
- Rapaz, você está assistindo muita televisão... aqui ninguém faz isso.

Resumindo, nossa polícia sabe trocar tapa e tiro, e olhe lá! Investigação para eles é entrevista no Jacarapé. É, o negócio é complicado. Não culpo os policiais e agentes, eles trabalham com o que têm, mas que isso explica o caos que vivemos por aqui, explica.

Não me admira que, desde o ano passado, pelo menos três cidades tenham sido totalmente reviradas pela própria população que arrebenta delegacias e prefeituras buscando fazer justiça da pior forma possível, diga-se de passagem. Para ter seus direitos de cidadãos respeitados, o povo precisa desrespeitar os tais direitos e se igualar aos bandidos.

Comentários

  1. Aí qualquer dia vão querer começar a investigar vão usar lupas.. hahahahhaa

    Espero que um dia haja solução!


    Abração!

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  2. Tá vendo?
    Mas bem que o policial podia assistir CSI também né?

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