A piada da Veja

Realmente o ano de eleições é um ano muito triste. É o ano em que os políticos corruptos acusam seus semelhantes de também o serem, como se isso livrasse sua culpa. É o ano em que todos vemos votos sendo comprados e gente se vendendo por muito pouco. É o ano em que mentiras aparecem como verdades e verdades são tidas como mentiras.

Assim é na comunicação também. Eu, como jornalista, sou obrigado a ler o máximo possível e isso tem sido cada vez mais difícil... não por causa de nenhuma doença na vista, não. É que no jornalismo, todos falam com tom de verdade e nem todos os leitores conseguem perceber que por trás da história contada existem várias outras.

A cada semana eu tenho me surpreendido com uma revista em particular. A revista Veja tem se superado. Estas revistas semanais, como Veja, Istoé, Época, têm em sua “missão” interpretar os fatos e lançar para seus leitores tudo já ‘mastigado’. Isto é jornalisticamente aceito, é um tipo de jornalismo.

Mas o que a revista Veja tem feito é mais ou menos como o senador do PSDB Arthur Virgílio. Aliás acho que a revista devia se filiar de uma vez ao PSDB ou quem sabe ao PFL. Ela se tornou, usando as palavras de um amigo, um folhetim de direira que tem como principal objetivo criar “provas” que possam ser usadas nas próximas eleições. E são armas poderosas, uma vez que as CPIs utilizam como provas as matérias publicadas, não as evidências da polícia nem suas descobertas.

Essa semana a revista continua em sua batalha contra o “malvado” Lula, mas o mais interessante é como ela se coloca como isenta ao apresentar uma matéria com o título “40 questões do dia-a-dia sobre o que é certo ou errado”. Assim ela se coloca como especialista no assunto e, fazendo sempre o contraste com a política petista (não a política nacional, nem a política do PP ou do PMDB, mas sim a do PT), mostra o que é certo e o que é errado aos leitores.

Para mim, isso soa como piada. Isso soa a rancor. É um rancor direcionado mas não entendo o por quê. Se isso viesse de um petista, de alguém que acreditou que o partido era diferente e se sente traído com o que aconteceu, eu entenderia. Mas convenhamos que nem a Veja nem o PSDB nunca foram do mesmo time que o PT.

Portanto, só me resta pensar que o que os diretistas, nisso incluo a revista Veja, já que ela não se furta em mostrar seu posicionamento, estão é com medo. É, medo. Eles descobriram que os esquerdistas estão usando de armas semelhantes às suas para chegar ao poder e isso assusta.

No fim, quem vai dançar somos nós. No meio dessa briga toda, tem gente desejando que FHC voltasse (!), tem gente dizendo que Collor é santo e tem gente que diz ainda que o melhor seria botar os milicos para comandar o país. Estamos ferrados.

Comentários

  1. É triste, mas é real! Espero que um dia tenhamos uma impressa isenta, será que é realmente possível ter uma imparcial? Difícil, né? Mas vamos sonhar com tal utopia. Com relação a eleição, vou te PT e viva a liberdade de escolha ehheh

    Abração!

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  2. É... Também já ouvi gente dizendo que seria melhor colocarem os milicos de volta. O pior mesmo, foi ouvir isso de alguém que viveu na época da ditadura. Ai ai...

    Semana passada, numa aula de economia (argh), um cara disse que odiava política. Não comentei nada na hora, pq sou "aluna quieta que chega e sai calada", mas acho que ele quis dizer "a política que nós fazemos". Política em si é uma coisa muito linda, linda de se ver, linda de se falar, linda de se fazer... O problema é "quem" faz a política... E aí neguinho... babau...

    Quando tiver um tempinho, dá uma olhada nos meus arquivos. Em 17 de fevereiro de 2006, postei um texto que estava na prova de português de um concurso que eu fiz. Quando ler, você vai entender melhor o que estou querendo dizer.


    Beijo e boa semana!!

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  3. Anônimo5:48 PM

    Mais oportuno impossível!
    Já ouvi algumas dessas suas palavras pessoalmente e concordo com elas, mas a verdade é q esse ano, teremos q escolher entre o ruim,o muito ruim, e o horrível!
    Que pena pra nós!

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