Mensalão, um nome novo para uma coisa velha

Nos bastidores da política e do jornalismo de tudo é comentado. Todo mundo tem uma história para contar, mas ninguém tem provas em mãos. Essa história de senador e deputado receberem mesada já era tão normal que alguns ainda foram pegos de surpresa - O quê?!? Não pode?!? - é não pode. Mas isso não exime ninguém de culpa, afinal, tem gente que se elege prometendo ser diferente. Tá difícil...

Poucos meses antes de surgirem as denúncias de um ex-presidente nacional de partido, havia uma grande comoção na câmara dos vereadores da capital de uma cidade oriental do Brasil. Eles reclamavam na câmara, no rádios, na TV, nos jornais, enfim, botaram a boca no trombone... eles diziam estar sendo tratados a 'pão e água' pelo recém eleito prefeito da localidade. Esta turba se manifestou por algumas semanas e parou a pauta da casa várias vezes antes do prefeito se pronunciar.

Foi numa entrevista em que o âncora radialista perguntou puxando também para si a dúvida: até quando seriam os vereadores e os comunicadores tratados desta forma?. Ao que o homem respondeu que não entendia como a expressão à 'pão e água' cabia em tal situação. Pediu que lhe fosse detalhado ali como seria este tratamento. Ele ainda precisou fazer este pedido em um ou dois outros veículos de comunicação, mas como ninguém esclareceu o prefeito, o assunto morreu.

E para não achar que será o fim das tão comentadas, investigadas e execradas mesadas, ontem mesmo, na mesma cidade oriental, dois comunicadores e mais um diretor de agência publicitária (para não mudar demais a história) foram conversar com um secretário de estado muito educado e lhe pedir uma ajuda de um par de reais para cada um. Eles estavam precisando disso para manter certas bocas fechadas, as deles! "Secretário, o senhor arruma dois para mim e mais dois para cada um deles", disse o publicitário.

Como diria o meu avô, "lingüiça, lei e notícia, é melhor não saber como se faz."

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