Como funciona o embargo a Cuba

O embargo é um bloqueio econômico dos EUA, aplicado desde de 1962 como resposta à desapropriação de terras de empresas americanas na ilha. O objetivo das restrições é asfixiar a economia de Cuba. Segundo o governo americano, isso ajuda a “levar a democracia aos cubanos” – se bem que, para alguns analistas, o embargo fortalece ainda mais a ditadura, que joga nos ombros dos EUA a responsabilidade por todos os males na ilha.

De qualquer forma, apenas para americanos que violem as sanções são pesadas: até 10 anos de prisão e multas de US$ 1 milhão para corporações ou US$ 250 mil para cidadãos. Mesmo com tanto controle, os EUA são hoje o 3º maior exportador de produtos agrícolas. “Isso foi fruto de um acordo humanitário, que desde o ano 2000 autoriza a entrada no país de itens de primeira necessidade, como alimentos e remédios”, afirma o historiador Luiz Fernando Ayerbe, da Unesb, autor do livro Estados Unidos e América Latina: a construção da Hegemonia.

Se nos tempos de Guerra Fria (1945-1991) todo o mundo capitalista tinha alguma restrição a Cuba, hoje o embargo só é apoiado pelos aliados americanos mais próximos – na Assembléia Geral da ONU em 2007, apenas 4 dos 188 membros não votaram pela condenação às sanções: Israel, Palau, Ilhas Marshall e, claro, os EUA.

Fidel renunciou ao poder, mas o governo Bush já disse que nada muda no embargo. Um afrouxamento só deve acontecer (se acontecer) em 2009, com o novo presidente.

Texto de Maíra Termero, da Superinteressante (Abril)

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